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Resenha: O estranho caso do Yoda de origami – Tom Angleberger

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Olá, pessoal. Esse é a minha primeira resenha do ano aqui no Silêncio Contagiante.

Na minha opinião, não tem como errar com esse livro. Dou nota 10 para ele por que é uma história com nenhuma chance para decepção. Escolhi o livro exatamente para me dar uma “folga” das leituras mais densas e profundas. Dito e feito!

Mas, antes de adentrar o enredo, preciso dar minha opinião sobre a edição. Sempre que encontro erros, ou falhas, ou qualquer coisa que tire um pouco da boa estética de um livro, eu costumo comentar e apontar os defeitos. Por isso, quando me deparo com uma edição linda – sim, esse é o melhor adjetivo, ao lado de “fofa”, legal”, “geek”, etc. –, preciso ser justo e falar sobre seus pontos positivos.

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Para começo de conversa, o exemplar é em Hardcover, o que proporciona uma durabilidade bem maior para o livro. A imagem da capa é sensacional, com o Yoda e seu sabre de luz, e como fundo uma lousa e alguns desenhos feitos a giz sobre ela. As folhas são grossas e ásperas, nas cores cinza e preta – coisa de primeira qualidade. As fontes do texto diferem a cada parte do capítulo, de acordo com quem está narrando a história. E as ilustrações são um máximo, feitas com a intenção de parecer papel amassado, e um bocado da diversão de ler esse livro está nos próprios rabiscos malfeitos por um dos personagens. E, no final, o melhor de tudo: instruções passo-a-passo para o leitor fazer o seu próprio Yoda de origami.

Antes de começar a ler, eu recomendo veementemente que você vista sua capinha de criança, e que suas expectativas condigam com as expectativas de um público infanto-juvenil – para quem o livro foi escrito. Não adianta você, na altura dos seus vinte anos para cima, querer consumir este livro do mesmo jeito que consome um clássico da literatura, por exemplo. É uma história escrita para uma faixa etária em torno dos oito a catorze anos de idade, mas, se assim como eu você se transportar para as lembranças da sua infância, estou certo de que o livro irá agradar bastante.

Então, vamos à história. Shall we?!

Tudo se passa no ginásio – os protagonistas cursam o 6º ano do ensino fundamental (o que dá a dica de que eles têm, em média, doze anos de idade). Os personagens principais são Tommy, Doug, Herbert e Kevin. Sara, Renata, Amanda e Caroline também fazem parte da trama, mas com um pouco menos de importância.

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Doug é o garoto mais sem-noção do mundo. Do tipo que passa um mês indo para a escola com uma mesma camisa só porque a ganhou de brinde. Ele é considerado um mané por todos na escola, e suas bizarrices são de matar de rir, mas, em contrapartida, ele é um fera em matemática, e sabe fazer origamis como ninguém. É ele, portanto, quem faz o dedoche inspirado em Guerra das Estrelas.

Fato #1: Existem, na internet, vários tutoriais de como fazer um Yoda de origami, mas Doug criou o seu próprio Yoda sem ter visto nenhum dos tutoriais, por isso seu origami é único.

Fato #2: Assim que coloca o Yoda no dedo, Doug começa a andar por aí fazendo previsões das coisas que vão acontecer e que envolvem seus colegas.

Fato #3: As previsões do Yoda se cumprem.

Em pouco tempo, a escola toda começa a fazer perguntas ao Yoda, pedindo conselhos para resolver seus dilemas. O problema é que Doug – o dono do Yoda – é um maluco aos olhos dos seus colegas, e por isso fica um pouco difícil levar a sério o que ele fala. Herbert é o amigo mais cético em relação ao origami, e sempre possui um contra-argumento para os presságios do Yoda (aliás, Herbert é meu personagem menos preferido, pois ele chega a passar do limite às vezes, e acaba maltratando Doug).

Tommy – que narra a maior parte do livro – resolve fazer uma consulta com o Yoda sobre uma menina que ele gosta. O Yoda lhe aconselha a fazer algo que pode ser uma total humilhação na frente de todos os alunos da escola. Em vista desse possível mico, Tommy resolve investigar a veracidade das previsões do Yoda. Caso ele fique convencido de que elas realmente são factíveis, então acatará o conselho do origami e arriscará fazer o que ele mandou.

Para isso, Tommy decide, então, redigir um relatório com todas as experiências que envolvem o Yoda. A partir disso, ele vai atrás do relato de todos que se aconselharam com o origami de Doug para escrever a versão das pessoas quanto ao que aconteceu. Depois de colher as informações, Tommy passa o relatório para Herbert, para que ele faça comentários sobre os casos – já que sua visão, como contestante ferrenho do Yoda, será imparcial. Depois, ele dá o relatório para Kevin, mas como ele é preguiçoso, ao invés de comentar, apenas rabisca as páginas, ilustrando o relatório com seu ponto de vista. Então, o relatório volta para Tommy, que tem o trabalho de replicar os argumentos de Herbert e, por fim, decidir se o Yoda realmente consegue prever o futuro ou não.

E isso é o livro: um relatório para analisar o estranho caso do Yoda de origami.

A escrita de Angleberger está dentro do esperado. Não é culta ou refinada, mas também não ofende a inteligência das crianças que lerão o livro. A história é contada de uma forma bastante precisa quanto aos comportamentos próprios da idade dos personagens. Angleberger é um entusiasta da franquia dos filmes Guerra nas Estrelas – o que me encorajou muito a assisti-los, já que até hoje nunca vi. Esse pecado será concertado em breve, palavra!

Em dado momento, somos impelidos a pensar que Doug não é esquisito naturalmente, mas que pode haver algo de errado com ele de verdade – como um distúrbio mental ou outra coisa parecida. No entanto, chega a ser mágico você aceitá-lo como um personagem sonhador, que se recusa a ser apenas mais uma criança “normal”. Ele é o que é, e eu não mudaria nada nele.

Apesar de se basear nos filmes do George Lucas, eu achei o plot do livro bem original – pelo menos não li nada parecido com isso até hoje. Um origami que prevê o futuro? Não, é realmente a primeira vez que leio algo do tipo. Existem muitas semelhanças com séries do mesmo gênero que esse livro, como O Diário de um Banana, por exemplo, e, também, Judy Moody. Mas, como nunca li nenhum desses livros – apenas assisti aos longas –, considero O Estranho Caso do Yoda de Origami a minha história favorita dos três. E mal posso esperar por uma possível adaptação dela para as telonas.

No mais, isso é tudo dessa vez. Adorei ter lido esse livro, e achei a experiência não apenas relaxante, mas também muito nostálgica.

Até a próxima.
Vlaxio.

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