Livros, Resenhas

RESENHA: A Rainha de Maio, Jan Santos

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Jan Santos é um autor nacional que tive o prazer em conhecer no ano passado. Foi por meio de um amigo em comum que fui apresentado a ele aqui em Manaus, sim, Jan também é de Manaus. Dias depois acabamos por nos aproximar mais, curiosamente, não em Manaus, mas foi na Bienal de São Paulo que conversamos bem mais.

A Bienal é uma grande oportunidade para conhecer autores, principalmente os nacionais. São diversos os autores nacionais que vão lá e metem a cara à tapa lançando seus livros em um espaço especial da Bienal apenas para eles. Foi lá na Bienal que comprei o meu exemplar de Rainha de Maio, livro que o referido autor estava lançando.

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A Rainha de Maio

Jan Santos

Ano: 2016 / Páginas: 125
Editora: Legendari

“Uma floresta que esconde os segredos do além. Uma entidade que volta ao mundo dos homens por meio de sussurros e boatos. Uma comunidade em volta em superstições e medo. Um menino que quer se provar homem.

Na passagem para a vida adulta Anga procura se livrar da sombra da mãe, Caraúna, uma xamã poderosa que morreu ao lhe dar a luz, fato que lança sobre ele o desgosto de sua gente, os suanam. O jovem divide esse desde com Noêmia e Naíma, que também não são bem vistos pela comunidade por terem o mesmo rosto.

Cabe a Icaã, sacerdote suanam e pai de Anga, orientá-los na difícil jornada até à maturidade, mas quando histórias estranhas surgem, falando de animais mortos em trilhas desaparecendo sob as árvores da

Floresta Baixa, as suspeitas sobre o retorno da Maria-fogo, um espírito maligno banido por Caraúna, contraríam o juízo dos suanam.

Ao desafiar os deuses e demônios da Floresta Baixa em uma tentativa insistente de se provar, Anga terá que sobreviver a dois inimigos cruéis: as garras do sobrenatural e o escuro que mora no coração dos homens.”

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Existe uma floresta que desperta o temor de todos. É uma floresta cheia de segredos, beirada por várias superstições, despertando o medo nos habitantes que vivem ao seu redor.

Anga, Caraúna, Noêmia e Naíma, Icaã, Maria-Fogo. Estes são alguns dos nomes que vamos encontrar pelo livro. O livro pode ter apenas 125 páginas, mas conta uma história que possui uma profundidade que vai além disso.

Somos levados para dentro da Floresta Baixa, onde junto com Anga, nosso personagem principal, vamos passar por todo seu processo, sua caminhada para se tornar homem diante de sua aldeia.

Anga não é alguém bem visto pelos moradores da aldeia, pois Anga é considerado culpado pela morte de Caraúna, que era a poderosa xamã de seu povo, responsável pela proteção do lugar e que morreu ao dar a luz a Anga.

Acompanhamos também como Noêmia e Naíma são mal vistos por todos por serem gêmeos, por terem o mesmo rosto e isso não ser algo aceitável pelo seu povo.

Em sua caminhada, Anga adentra os temores da Floresta Baixa e enfrenta de frente a temida Maria-Fogo. Tudo que Anga busca é o reconhecimento perante seus iguais. O final, maravilhoso por sinal, não é tão previsível como você pode imaginar, mas para saber, na Floresta Baixa você também terá de entrar.

Amanhã vamos ter uma entrevista especial feita com o autor como postagem especial dos 5 anos do blog, s2

Bjão,

Roh.

10 comentários em “RESENHA: A Rainha de Maio, Jan Santos”

  1. É inspirador ver autores da nossa terra se lançando assim no mundão,ainda mais na Bienal de São Paulo.O que mais gostei foi o fato do autor não ter medo de usar a cultura indígena,tão presente na nossa região,que muitas vezes é vista como um clichê,amazonense escrevendo sobre índio.Quando tiver a oportunidade de ler o livro saberei se ele soube falar sobre o tema corretamente,sem aquele medo de parecer caboco,que parece pairar sobre aqueles que utilizam a cultura regional.

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  2. Temos ótimos escritores com grandes obras espalhados por esse Brasil, infelizmente grande parte da população ainda fica restrita a escritores estrangeiros ou as obras que fazem parte do Cânone, os clássicos, enfim. Eu mesma era assim, até resolver expandir meus horizontes e perceber que tem cada obra magnífica nesse Brasil, é o caso do escritor Eduardo Spohr, que hoje em dia já é bem conhecido, mas quando tive contato com “A Batalha do Apocalipse” não era tanto. Conheci ano passado a Autora Lilian Farias, maravilhosa! Tatiana Durães, que conheci há alguns meses, dentre tantos outros.
    Gostei bastante da resenha, falou em entidade já levantou meu interesse. Esse já vai para a minha lista de desejados do Skoob. Aguardando pela entrevista com o autor!

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  3. Achei incrível a ideia do Jan em buscar inspiração bem profundamente nas nossas raízes amazônicas. Não vejo a hora de ler esse e os outros do autor. Além disso, toda a mitologia e os nomes valorizam a cultura local. Parabéns Jan!

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  4. Como Amazonense que sou. Estou orgulhosa, mesmo sem ler o livro, dificilmente um autor mete a cara para falar sobre sua região, folclore e etc. Estou curiosa, essas resenhas nos deixam com gostinho de quero mais.

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